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quarta-feira, 16 de março de 2011

Falando sobre os motivos para a corrupção. Dá para citar vários, como ausência de leis que funcionem, burocracia, caos estrutural, etc. A meu ver, o maior motivo é cultural. Todo mundo fica indignado com os Renans, Collors, Dirceus, etc (de todos os partidos, de todas as tendências). Mas na base da pirâmide a corrupção é enraizada. É a cervejinha do guarda pra não levar multa, a furada de fila na base do pistolão/amigão, o aceleramento na burocracia à base de propina (aposentadoria, Detran, etc) e por aí vai. O brasileiro quer mudança mas não quer mudar. Não adianta reclamar do político se vc já fez sujeira no passado. Eu já consegui coisas muito mais rápido pelo simples fato de ter algum amigo trabalhando lá dentro. Eram direitos, só que os processos foram acelerados pelo simples fato de serem "pedidos internos". As pessoas consideram normal, tanto as de dentro quanto as de fora. Quando o policial vai checar seu pneu careca, nem precisa falar nada: já fica subentendido que por uns R$20 ele finge que não viu e lhe libera. Mesmo fora do serviço público, vc vai ao banco e não precisa ser cliente diamante ou constelação: é só conhecer o caixa, ou vc fura a fila, ou vc deixa o negócio lá e passa depois pra pegar. Eu poderia ficar horas dando n exemplos. Que o sistema (administração, legislação, economia, sociedade e tal) não funciona direito, todo mundo aqui deve saber ou suspeitar. Só isto já é prato cheio pra corrupção. Os remendos "por fora" pra se dar bem ou conseguir o que quer - por direito ou não - são mais combustível. Corrupção zero não existe. Se as coisas funcionarem e houver legislação anti-corrupção, esta cai para um nível muito mais baixo. Quando a "pequena" corrupção passa a fazer parte da vida da maioria da população como algo corriqueiro, aí não tem solução simples e/ou rápida. A corrupção no Brasil é endêmica.

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vocêsabeessa

EU SOU SIMPLESMENTE LINA.

PRECONCEITO

MEUS AMIGOS Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante. A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim. Para isso, só sendo louco. Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças. Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos. Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice! Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril. Oscar Wilde