LICHAVES Basta ser sincero e desejar profundo,você é capaz de sacudir o mundo!!! Tente...
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quinta-feira, 25 de março de 2010
A Fome de Marina
Por José Ribamar Bessa Freire*
Há pouco, Caetano Veloso descartou do seu horizonte eleitoral o
presidente Lula da Silva, justificando: “Lula é analfabeto”. Por isso, o cantor
baiano aderiu à candidatura da senadora Marina da Silva, que tem diploma
universitário. Agora, vem a roqueira Rita Lee dizendo que nem assim vota em
Marina para presidente, “porque ela tem cara de quem está com fome”.
Os Silva não têm saída: se correr o Caetano pega, se ficar a Rita come.
Tais declarações são espantosas, porque foram feitas não por pistoleiros
truculentos, mas por dois artistas refinados, sensíveis e contestadores, cujas
músicas nos embalam e nos ajudam a compreender a aventura da existência humana.
Num país dominado durante cinco séculos por bacharéis cevados, roliços e
enxudiosos, eles naturalizaram o canudo de papel e a banha como requisitos
indispensáveis ao exercício de governar, para o qual os Silva, por serem
iletrados e subnutridos, estariam despreparados.
Caetano Veloso e Rita Lee foram levianos, deselegantes e preconceituosos.
Ofenderam o povo brasileiro, que abriga, afinal, uma multidão de silvas
famélicos e desescolarizados.
De um lado, reforçam a ideia burra e cartorial de que o saber só existe se for
sacramentado pela escola e que tal saber é condição sine qua non para o
exercício do poder. De outro, pecam querendo nos fazer acreditar que quem está
com fome carece de qualidades para o exercício da representação política.
A rainha do rock, debochada, irreverente e crítica, a quem todos admiramos,
dessa vez pisou na bola. Feio.“Venenosa! Êh êh êh êh êh!/ Erva venenosa, êh êh
êh êh êh!/ É pior do que cobra cascavel/ O seu veneno é cruel…/ Deus do céu!/
Como ela é maldosa!”.
Nenhum dos dois - nem Caetano, nem Rita - têm tutano para entender esse Brasil
profundo que os silvas representam.
A senadora Marina da Silva tem mesmo cara de quem está com fome? Ou se trata de
um preconceito da roqueira, que só vê desnutrição ali onde nós vemos uma beleza
frágil e sofrida de Frida Kahlo, com seu cabelo amarrado em um coque, seus
vestidos longos e seu inevitável xale? Talvez Rita Lee tenha razão em ver fome
na cara de Marina, mas se trata de uma fome plural, cuja geografia precisa ser
delineada. Se for fome, é fome de quê?
O mapa da fome
A primeira fome de Marina é, efetivamente, fome de comida, fome que roeu sua
infância de menina seringueira, quando comeu a macaxeira que o capiroto ralou.
Traz em seu rosto as marcas da pobreza, de uma fome crônica que nasceu com ela
na colocação de Breu Velho, dentro do Seringal Bagaço, no Acre.
Órfã da mãe ainda menina, acordava de madrugada, andava quilômetros para cortar
seringa, fazia roça, remava, carregava água, pescava e até caçava. Três de seus
irmãos não aguentaram e acabaram aumentando o alto índice de mortalidade
infantil.
Com seus 53 quilos atuais, a segunda fome de Marina é dos alimentos que, mesmo
agora, com salário de senadora, não pode usufruir: carne vermelha, frutos do
mar, lactose, condimentos e uma longa lista de uma rigorosa dieta prescrita
pelos médicos, em razão de doenças contraídas quando cortava seringa no meio da
floresta. Aos seis anos, ela teve o sangue contaminado por mercúrio. Contraiu
cinco malárias, três hepatites e uma leishmaniose.
A fome de conhecimentos é a terceira fome de Marina. Não havia escolas no
seringal. Ela adquiriu os saberes da floresta através da experiência e do mundo
mágico da oralidade. Quando contraiu hepatite, aos 16 anos, foi para a cidade
em busca de tratamento médico e aí mitigou o apetite por novos saberes nas
aulas do Mobral e no curso de Educação Integrada, onde aprendeu a ler e
escrever.
Fez os supletivos de 1º e 2º graus e depois o vestibular para o Curso de
História da Universidade Federal do Acre, trabalhando como empregada doméstica,
lavando roupa, cozinhando, faxinando.
Fome e sede de justiça: essa é sua quarta fome. Para saciá-la, militou nas
Comunidades Eclesiais de Base, na associação de moradores de seu bairro, no
movimento estudantil e sindical. Junto com Chico Mendes, fundou a CUT no Acre e
depois ajudou a construir o PT.
Exerceu dois mandatos de vereadora em Rio Branco, quando devolveu o dinheiro
das mordomias legais, mas escandalosas, forçando os demais vereadores a fazerem
o mesmo. Elegeu-se deputada estadual e depois senadora, também por dois
mandatos, defendendo os índios, os trabalhadores rurais e os povos da floresta.
Quem viveu da floresta, não quer que a floresta morra. A cidadania ambiental
faz parte da sua quinta fome. Ministra do Meio Ambiente, ela criou o Serviço
Florestal Brasileiro e o Fundo de Desenvolvimento para gerir as florestas e
estimular o manejo florestal.
Combateu, através do Ibama, as atividades predatórias. Reduziu, em três anos, o
desmatamento da Amazônia de 57%, com a apreensão de um milhão de metros cúbicos
de madeira, prisão de mais 700 criminosos ambientais, desmonte de mais de 1,5
mil empresas ilegais e inibição de 37 mil propriedades de grilagem.
Tudo vira bosta
Esse é o retrato das fomes de Marina da Silva que - na voz de Rita Lee - a
descredencia para o exercício da presidência da República porque, no frigir dos
ovos, “o ovo frito, o caviar e o cozido/ a buchada e o cabrito/ o cinzento e o
colorido/ a ditadura e o oprimido/ o prometido e não cumprido/ e o programa do
partido: tudo vira bosta”.
Lendo a declaração da roqueira, é o caso de devolver-lhe a letra de outra
música - ‘Se Manca’ - dizendo a ela: “Nem sou Lacan/ pra te botar no divã/ e
ouvir sua merda/ Se manca, neném!/ Gente mala a gente trata com desdém/ Se manca,
neném/ Não vem se achando bacana/ você é babaca”.
Rita Lee é babaca? Claro que não, mas certamente cometeu uma babaquice. Numa de
suas músicas - ‘Você vem’ - ela faz autocrítica antecipada, confessando: “Não
entendo de política/ Juro que o Brasil não é mais chanchada/ Você vem… e faz
piada”. Como ela é mutante, esperamos que faça um gesto grandioso, um pedido de
desculpas dirigido ao povo brasileiro, cantando: “Desculpe o auê/ Eu não queria
magoar você”.
A mesma bala do preconceito disparada contra Marina atingiu também a ministra
Dilma Rousseff, em quem Rita Lee também não vota porque, “ela tem cara de
professora de matemática e mete medo”. Ah, Rita Lee conseguiu o milagre de
tornar a ministra Dilma menos antipática! Não usaria essa imagem, se tivesse aprendido
elevar uma fração a uma potência, em Manaus, com a professora Mercedes Ponce de
Leão, tão fofinha, ou com a nega Nathércia Menezes, tão altaneira.
Deixa ver se eu entendi direito: Marina não serve porque tem cara de fome.
Dilma, porque mete mais medo que um exército de logaritmos, catetos,
hipotenusas, senos e co-senos. Serra, todos nós sabemos, tem cara de vampiro.
Sobra quem?
Se for para votar em quem tem cara de quem comeu (e gostou), vamos ressuscitar,
então, Paulo Salim Maluf ou Collor de Mello, que exalam saúde por todos os
dentes. Ou o Sarney, untuoso, com sua cara de ratazana bigoduda. Por que não
chamar o José Roberto Arruda, dono de um apetite voraz e de cuecões
multi-bolsos? Como diriam os franceses, “il péte de santé”.
O banqueiro Daniel Dantas, bem escanhoado e já desalgemado, tem cara de quem se
alimenta bem. Essa é a elite bem nutrida do Brasil…
Rita Lee não se enganou: Marina tem a cara de fome do Brasil, mas isso não é
motivo para deixar de votar nela, porque essa é também a cara da resistência,
da luta da inteligência contra a brutalidade, do milagre da sobrevivência, o
que lhe dá autoridade e a credencia para o exercício de liderança em nosso
país.
Marina Silva, a cara da fome? Esse é um argumento convincente para votar nela.
Se eu tinha alguma dúvida, Rita Lee me convenceu definitivamente.
(*) Professor, coordena o Programa de Estudos dos Povos Indígenas (UERJ)e
pesquisa no Programa de Pós-Graduação em Memória Social (UNIRIO)
sábado, 20 de março de 2010
O QUE É SUCESSO?
Aos 02 anos sucesso é: conseguir andar.
[]
Aos 04 anos . sucesso é: não fazer xixi nas calças.
[]
Aos 12 anos . sucesso é: ter amigos.
[]
Aos 18 anos . sucesso é: ter carteira de motorista.
[]
Aos 20 anos . sucesso é: fazer sexo.
[]......... []...... []
Aos 35 anos . sucesso é: dinheiro.
[]
Aos 50 anos . sucesso é: dinheiro.
[][]
Aos 60 anos . sucesso é: fazer sexo.
Aos 70 anos . sucesso é: ter carteira de motorista.
Aos 75 anos . sucesso é: ter amigos.
Aos 80 anos . sucesso é: não fazer xixi nas calças.
Aos 90 anos . sucesso é: conseguir andar.
Sucesso para você!!!...
ASSIM É A VIDA.... [][]
[]APROVEITE ENQUANTO HÁ TEMPO!!..
NAO LEVAMOS NADA DESSA VIDA PARA QUE PERDER TEMPO COM MALDADE E COM FALTA DE AMOR SEM PIEDADE...
TODOS TEREMOS O MESMO DESTINO INDEPENDENTEMENTE DA CONDIÇÃO FINANCEIRA, DA CLASSE SOCIAL.
PORTANTO AME, BRINQUE, PERDOE E APROVEITE .... []
sexta-feira, 12 de março de 2010
Concordância passou longe e deu tchauzinho. Sim, você entendeu certo, o Ministério da Educação está dizendo que se você não rabiscar, nem rasgar, os livros da escola vai durar. Os livros da escola se transformam em uma entidade singular e crianças felizes cantam, em côro, uma musiquinha que carrega consigo um erro gramatical hediondo. O mais assustador é saber que isso passou pelo crivo do Ministério da Educação… eu sou totalmente contra essa coisa de a criança não poder ficar com seus livros escolares, mas pensando bem, se isso espelha o nível do ensino público brasileiro e do seu material didático, talvez ao devolvê-los o aluno não esteja perdendo muita coisa.
Posted by Vanessa Lampert
Noooooo!!!!
Ai meus sais… será que estão seguindo o exemplo do presidente?
segunda-feira, 1 de março de 2010
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março
(9)
EU SOU SIMPLESMENTE LINA.
PRECONCEITO
MEUS AMIGOS
Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.
Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos.
Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.
Deles não quero resposta, quero meu avesso.
Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco.
Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.
Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta.
Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria.
Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.
Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.
Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos nem chatos.
Quero-os metade infância e outra metade velhice!
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem eu sou.
Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.
Oscar Wilde