Em se tratando do querido Francisco Cândido Xavier, relativo a tantos episódios narrados por interlocutores que com ele conviveram e puderam se deleitar com sua doce presença e momentos felizes e alegres, há um destes, que é narrado pelo confrade Adelino da Silveira.
Narra que se encontravam na residência de Chico Xavier numa daquelas fases em que seu estado de saúde não lhe permitia deslocar-se até o Centro… No entanto uma multidão se comprimia lá na rua em frente, quando o portão se abriu, a fila de pessoas tinha alguns quarteirões. Como de hábito, foram passando uma a uma em frente ao Chico. Eram pessoas de todas as idades, de todas as condições sociais e dos mais distantes lugares do País.
Algumas diziam:
- Eu só queria tocá-lo…
- Meu maior sonho era conhecê-lo…
- Só queria ouvir sua voz e apertar sua mão.
Algumas diziam:
- Eu só queria tocá-lo…
- Meu maior sonho era conhecê-lo…
- Só queria ouvir sua voz e apertar sua mão.
Muitos queriam notícias de familiares desencarnados, espantarem uma idéia de suicídio.
Outros nada diziam e nada pediam, só conseguiam chorar.
Bastava uma simples palavra do Chico, seus semblantes se transfiguravam, saíam sorridentes.
Bastava uma simples palavra do Chico, seus semblantes se transfiguravam, saíam sorridentes.
Adelino da Silveira, diante do cortejo inigualável, e especialmente pela maneira como Chico atendia a todos ficou a pensar: “Meu Deus, a aura do Chico é tão boa… Seu magnetismo é tão grande, que parece que pulveriza nossas dores e ameniza nossas ansiedades”. Instantaneamente a este pensamento Chico se dirige ao confrade e lhe diz: Comove-me a bondade de nossa gente em vir visitar-me. Não tenho mais nada para dar. Estou quase morto. Por que você acha que eles vêm?
A pergunta inesperada deixa-o perplexo e momentaneamente emudecido e pensando: Meu Deus, frente a um homem desses, a gente não pode mentir nem dizer qualquer coisa que possa vir ofender a sua humildade (embora ele sempre diga que nunca se considerou humilde) e, logo recobrado do estupor diz ao Chico: “Quando Jesus esteve conosco, onde quer que aparecesse, a multidão o cercava. Eram pessoas de todas as idades, de todas as classes sociais e dos mais distantes lugares. Muitos iam esperá-lo nas estradas, nas aldeias ou nas casas onde Ele se hospedava. Onde quer que aparecesse, uma multidão o cercava. Tanto que Pedro lhe disse certa vez: “Bem vês que a multidão te comprime”. Zaqueu chegou a subir numa árvore somente para vê-lo. Ver, tocar, ouvir era só o que queriam as pessoas. Tudo isso passou pela minha cabeça com a rapidez de um relâmpago. E como ele continuava olhando para mim, conclui o raciocínio dizendo-lhe, acho que eles estão com saudades de Jesus”.
Conta Adelino que estas palavras foram tiradas do fundo do seu coração diante de um homem tão doce e amável que era, pois acreditava que elas não ofenderiam a sua modéstia.
Enquanto isso a multidão continuava desfilando a frente dele e todos lhe beijavam a mão e ele beijava a mão de todos. Lá pelas tantas da noite, quando a fila havia diminuído sensivelmente, o confrade Adelino percebe que os lábios de Chico estavam sangrando, pois, ele havia beijado a mão de centena de pessoas. Adelino da Silveira fica com tanta pena daquele homem, que já contava com oitenta e oito anos, mais de setenta dedicados ao atendimento de pessoas, e lhe pergunta: Chico, por que você beija a mão deles?
A resposta que recebeu o deixou ainda mais estupefato e admirando-o mais do que nunca, pois declara que a resposta marcou sua alma para a eternidade: Porque não posso me curvar para beijar-lhes os pés.
-
Nenhum comentário:
Postar um comentário