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quarta-feira, 29 de abril de 2009

POR QUE NÃO? Eu olhei e pensei por que não dezesseis anos mais velho, seguro homem de opinião e nenhum caráter o velho truque do maduro um ator na vida, e eu pensei por que não vai ver é um menino com medo vai ver se atrapalha não, acho que não deve ser um pouco canalha como todos são um cruzar de pernas, um olhar grave não sei direito o que se faz pra ser querida uma posição mais provocante uma atitude mais desinibida logo eu que morro de vergonha de tentar ser um pouco atrevida logo eu que o que cometo em sonhos seria incapaz de cometer na vida mas pensei por que não o estímulo de uma aventura o prazer de ceder à tentação é tão raro acontecer esse desejo, dura tão pouco isso a novidade e depois não tem o compromisso da paixão come e depois espalha pra cidade aquela coisa machista insuportável estilo gosta de levar vantagem — chega de pensar bobagem — não é possível que ele seja assim ele é sensível, inteligente, um homem que chora só falta agora um sopro de coragem, uma insinuação e se ele for um sujeito compulsivo maníaco depressivo, do tipo que atormenta astral anos sessenta e eu me arrepender profundamente — o ruim do porre é a ressaca — se for um cara babaca desses dose pra analista se ainda for comunista do antigo pecezão não, claro que não ele é brilhante, contemporâneo, atuante ativo da linha de frente e eu molhei os lábios sensualmente e pensei por que não? Bruna Lombardi

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vocêsabeessa

EU SOU SIMPLESMENTE LINA.

PRECONCEITO

MEUS AMIGOS Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante. A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim. Para isso, só sendo louco. Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças. Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos. Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice! Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril. Oscar Wilde