Translate

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Breve diálogo entre o teólogo brasileiro Leonardo Boff e
Dalai Lama.
Leonardo Boff explica:
'No intervalo de uma mesa-redonda
sobre religião e paz entre os povos,
na qual ambos participávamos,
eu, maliciosamente, mas também
com interesse teológico,
lhe perguntei em meu inglês capenga:
- 'Santidade, qual é a melhor religião?'
Esperava que ele dissesse:
'É o budismo tibetano ou são as religiões orientais, muito mais antigas do que o cristianismo.'
O Dalai Lama fez uma pequena pausa,
deu um sorriso, me olhou bem nos olhos
- o que me desconcertou um pouco,
por que eu sabia da malícia
contida na pergunta -
e afirmou:
'A melhor religião é a que mais
te aproxima de Deus.
É aquela que te faz melhor.'
Para sair da perplexidade
diante de tão sábia resposta,
voltei a perguntar:
- 'O que me faz melhor?'
Respondeu ele:
- 'Aquilo que te faz mais compassivo
(e aí senti a ressonância tibetana, budista,
taoísta de sua resposta),
aquilo que te faz mais sensível,
mais desapegado,
mais amoroso,
mais humanitário,
mais responsável...
A religião que conseguir fazer isso de ti
é a melhor religião...'
Calei, maravilhado,
e até os dias de hoje
estou ruminando sua resposta
sábia e irrefutável.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Powered By Blogger

vocêsabeessa

EU SOU SIMPLESMENTE LINA.

PRECONCEITO

MEUS AMIGOS Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante. A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim. Para isso, só sendo louco. Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças. Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos. Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice! Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril. Oscar Wilde