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segunda-feira, 16 de março de 2009

Por que as pessoas sofrem? - Vó, por que as pessoas sofrem ??? - Como é que é ??? - Por que as "pessoas grandes" vivem bravas, irritadas, sempre preocupadas com alguma coisa ??? - Bem, minha filha, muitas vezes porque elas foram ensinadas a viver assim. (silêncio). - Vó... - Oi... - Como é que as pessoas podem ser ensinadas a viver mal ??? Não consigo entender. - É que elas não percebem que foram ensinadas a ser infelizes, e não conseguem mudar o que as torna assim. Você não está entendendo, não é, meu amor ??? - Não, Vovó. - Você lembra da historinha do Patinho Feio ??? - Lembro. - Então..., o Patinho se considerava feio porque era diferente de todo mundo. Isso deixava-o muito infeliz e perturbado, tão infeliz que um dia ele resolveu ir embora viver sozinho. Só que o Lago que ele procurou para nadar tinha congelado, e estava muito frio. Quando ele olhou para seu reflexo no lago, percebeu que ele era, na verdade, um maravilhoso cisne. E assim se juntou aos seus iguais e viveu feliz para sempre. (mais silêncio)... - O que isso tem a ver com a tristeza das pessoas ??? - Bem, quando nascemos, somos separados de nossa "natureza-cisne". Ficamos como patinhos, tentando caber no que os outros dizem que está certo. Então passamos muito tempo tentando virar patos. - É por isso que as pessoas grandes estão sempre irritadas ??? - Isso !!! Viu como você é esperta ??? - Então é só a gente perceber que somos cisnes que tudo dá certo ??? (engasgou)... - O que foi, vovó ??? - Na verdade, minha filha, encontrar o nosso verdadeiro espelho não é tão fácil assim. Você lembra o que o patinho precisava fazer para se enxergar ??? - O que ??? - Ele primeiro precisava parar de tentar ser um pato. Isso significa parar de tentar ser quem a gente não é. Depois, ele aceitou ficar um tempo sozinho para se encontrar. - Por isso ele passou muito frio, não é, vovó ??? - Passou frio e ficou sozinho no inverno. - Por isso que o papai anda tão sozinho e bravo ??? - Como é, minha filha ??? - Meu pai está sempre bravo, sempre quieto com a música e a televisão dele. Outro dia ele estava chorando no banheiro...(emudeceu durante algum tempo). Essas crianças... - Vó, o papai é um cisne que pensa que é um pato ??? - Todos nós somos, querida. - Ele vai descobrir quem ele é, de verdade ??? - Vai, minha filha, vai. Mas, quando estamos no inverno, não podemos desistir, nem esperar que o espelho venha até nós. Temos que procurar ajuda até encontrarmos. - E aí viramos cisnes ??? - Nós já somos cisnes. Apenas deixamos que o cisne venha para fora, e tenha espaço para viver. (A menina deu um pulo da cadeira). - Aonde você vai ??? - Vou contar para o papai, o cisne bonito que ele é. A boa vovó apenas Sorriu !!! Autor: Marco Antonio Spinelli Médico Psiquiatra e Psicoterapeuta de Orientação Junguiana Mestre em Psiquiatria pela Faculdade de Medicina da USP

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EU SOU SIMPLESMENTE LINA.

PRECONCEITO

MEUS AMIGOS Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante. A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim. Para isso, só sendo louco. Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças. Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos. Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice! Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril. Oscar Wilde